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INÉDITO E HISTÓRICO ALE-RR sedia lançamento do 18º ODS, criado pelo Brasil para promover igualdade étnico-racial | ALE-RR

Divulgação/Fonte

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A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) realizou, nesta quarta-feira (16), um grande evento no Plenário Noêmia Bastos Amazonas. A Casa sediou o lançamento oficial do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 18) – Povos Indígenas, reforçou o Projeto de Lei nº 278/2024, que institui o Mês de Conscientização da Igualdade Étnico-Racial no Estado, e entregou a Comenda Orgulho de Roraima a lideranças indígenas. A sessão especial contou com a presença de prefeitos, vereadores, sociedade civil, deputados, secretários estaduais e demais autoridades.

Assembleia Legislativa sediou evento nesta quarta-feira (16) – SupCom ALE-RR

Durante a cerimônia, o Hino Nacional foi cantado na língua indígena Macuxi, houve a dança do parixara e a apresentação dos alunos da Escola Municipal Indígena Tuxaua Henrique Gomes, da Comunidade Alto Arraia, localizada em Bonfim. Ainda no evento, a TV Assembleia lançou o documentário “Indígenas de Roraima: tradição e modernidade”, que está disponível no YouTube e narra a história de comunidades, com foco na preservação ambiental, potencial na agricultura e agropecuária, e a manutenção da cultura. A produção tem 45 minutos.

O presidente do Poder Legislativo, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), disse que era uma honra e um dever do parlamento chamar para o debate público as necessidades dos povos indígenas. Ele lembrou que a contribuição das comunidades para a sociedade é extremamente importante, e reforçou que é preciso que representantes indígenas ocupem espaços políticos, para defender os interesses das comunidades, principalmente no orçamento público, com foco em fomentar o respeito e admiração pelos povos originários.

Presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio defendeu maior representação indígena na política – SupCom ALE-RR

“Não se pode falar em sociedade sem incluir nossos irmãos indígenas, os verdadeiros donos dessas terras, ocupadas por eles há milhares de anos. Essa Casa tem respeito, admiração e carinho às lutas diárias dos povos indígenas, que são atuais. Não terminou com a demarcação de terras indígenas. Isso foi apenas uma etapa, com sucesso. Precisamos envolver a bancada federal e chamar a atenção do governo federal, que muito prometeu, mas pouco entregou no decorrer das últimas décadas. E o pouco que entregou foi resultado da luta dos povos indígenas. Quero me colocar à disposição, como sempre estive, às causas indígenas, buscando fomentar a admiração e o respeito”, enalteceu.

ODS 18

– SupCom ALE-RR

A Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou, em 2015, a Agenda 2030, que apresenta 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, chamados de ODSs. O Brasil decidiu instalar a Comissão Nacional dos ODS (CNODS), com 84 membros, e criou um 18º objetivo – que vale apenas para o país –, e é centrado na igualdade étnico-racial e no combate ao preconceito e à violência contra indígenas, afrodescendentes e comunidades tradicionais, como ribeirinhos e quilombolas. A nova meta foi comunicada na Assembleia Geral da ONU em 2023 e lançada na reunião do G20 em outubro do ano passado.

 

Secretário-executivo da CNODS, Lavito Person, afirmou que objetivo é fortalecer democracia participativa – SupCom ALE-RR

“Não podemos conviver com situações que revelam uma desigualdade abissal. O propósito é eliminar todas as formas de discriminação étnico-racial contra indígenas e afrodescendentes, todas as formas de violência, garantir a eles tratamento digno, justo e equânime, assegurar representatividade equitativa nas instâncias do Estado, promover a reparação integração frente às violações sofridas, assegurar moradia, educação, promover o reconhecimento dos saberes dos povos indígenas, reconhecendo a ancestralidade como parte fundamental da solução dos desafios complexos contemporâneos, e eliminar a xenofobia aos irmãos imigrantes”, detalhou o secretário-executivo da CNODS, Lavito Person Motta Bacarissa.

Leia sobre o ODS 18

De acordo com a União, o propósito do ODS é também reorganizar a participação social e fortalecer a democracia participativa. A comissão nacional é composta por todos os ministérios, estados e municípios, e 42 representantes da sociedade civil. O governo afirma ainda que a Agenda 2030, que baseia o novo objetivo, está fundamentada nos Direitos Humanos, na defesa da vida e da dignidade humana.

– SupCom ALE-RR

“O Estado de Roraima tem uma população indígena expressiva e vive situações de ameaças. Portanto, esse momento é importante: o lançamento do ODS que visa à garantia de direitos e igualdade entre os diferentes. Os povos indígenas, comunidades tradicionais, principalmente os quilombolas, e os afrodescendentes, merecem ser respeitados. Temos uma sociedade que não compreende a diversidade, o que torna a luta ainda mais difícil”, declarou o diretor do Departamento de Promoção de Políticas Indígenas, do Ministério dos Povos Indígenas, Uilton Tuxá.

A coordenadora-geral e conselheira do Movimento Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Sandra Maria Leocádio de Menezes, reforçou que é preciso unir forças para alcançar as metas propostas.

Sandra Maria Leocádio de Menezes reforçou que é preciso unir forças para alcançar metas propostas – SupCom ALE-RR

“Estamos preocupados com a fome, os povos indígenas, afrodescendentes, a educação e todos os segmentos. Só podemos conseguir alcançar os objetivos se estivermos juntos: governos, prefeituras, sociedade civil, terceiro setor, sindicatos, associações, os Poderes… Não podemos fazer nada sozinhos! Por isso, convido a todos para participar do nosso movimento. Quero dizer que vamos implementar um comitê indígena, afrodescendente, para discutir as políticas públicas e os gargalos que existem nas comunidades. Vamos estar juntos, de mãos dadas a partir de agora”, destacou.

Projeto de lei

A proposta de lei 278/2024, protocolada pela deputada Catarina Guerra (União), institui abril como o mês dedicado à Conscientização da Igualdade Étnico-Racial. O mês foi escolhido em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, com o intuito de conscientizar a prevenção à vida dos povos indígenas, combater a violência contra as mulheres, idosos e crianças indígenas, buscar o reflorestamento e a prevenção do meio ambiente e sustentabilidade e, ainda, o respeito aos direitos da cultura e o combate ao racismo.

Deputada Catarina Guerra falou sobre projeto de lei apresentado por ela – SupCom ALE-RR

“Hoje, no lançamento, na formalização do ODS 18, não podíamos estar divididos e fora de um evento tão importante. Esse projeto não dá só visibilidade, mas nos permite levantar bandeiras, discutir direitos, promover a conscientização, compartilhar ainda mais informações, ladeados por nobres colegas que votaram favoráveis a esse projeto. Passamos, portanto, a ocupar um espaço no mês de abril, ficando à disposição para debater e avançar passo a passo. Parabéns a todos os envolvidos”, disse a também presidente do Centro de Inovação e Empreendedorismo (Inovem) do Poder Legislativo, Catarina Guerra.

 

 

Pesquisa da ALE-RR

No evento, ALE-RR apresentou resultados de pesquisa sobre perfil indígena em Roraima – SupCom ALE-RR

Na cerimônia especial, a Assembleia Legislativa apresentou, de maneira exclusiva, dados coletados por meio de uma pesquisa encomendada pelo Legislativo, para entender o perfil dos povos indígenas do Estado. Foram entrevistados dois mil indígenas. Os resultados foram entregues à Casa nesta terça-feira (15).

Entre eles, está a identificação de 11 etnias, sendo que 71,1% se declaram Macuxi, enquanto 22,7% são Wapichana. Do total de entrevistados, 66% vivem em terras indígenas; a maioria tem entre 18 e 44 anos; ensino fundamental incompleto ou ensino médio completo; trabalham no setor público, são donas de casa, autônomos ou agricultores. A pesquisa também revelou que os indígenas têm orgulho da capacidade de luta, das tradições e rituais, e da língua e comunicação.

O estudo ainda identificou que o garimpo foi mencionado por 71% dos indígenas como um problema grave, sendo que 40% culpam o governo federal pela situação, e 30% indicam que é uma responsabilidade coletiva.

Texto: Josué Ferreira

Fotos: Alfredo Maia/ Jader Souza/ Eduardo Andrade/ Marley Lima

SupCom ALERR

Fonte: ALE-RR | Assembleia Legislativa de Roraima – Leia mais

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