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Cultural resiliente e sustentável é foco do segundo painel desta segunda-feira (4) — Agência Gov

Divulgação/Fonte

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Debate levantou questões sobre avanços das políticas públicas e papel do Estado na intersecção entre cultura e meio ambiente

“Para que uma transição energética seja justa, ela tem que ser justa para todos os segmentos”. A afirmação da arquiteta e urbanista Tainá de Paula deu o tom à segunda mesa do Seminário Internacional sobre Cultura e Mudanças do Clima, evento paralelo à terceira reunião do Grupo de Trabalhado da Cultura no G20 Brasil. Ao lado da consultora e pesquisadora em iniciativas multissetoriais, Carlota Mingolla, e da assessora sênior em Assuntos Multilaterais do Ministério da Cultura da Itália, Erminia Sciacchitano, ela discutiu a relação entre o poder público, as novas tecnologias e as boas práticas para o avanço do fazer cultural responsável durante o painel Construindo um setor cultural pós-combustíveis fósseis. A mediação foi da secretária dos Comitês de Cultura (SCC) do Ministério da Cultura (MinC), Roberta Martins.

Tainá trouxe importantes provocações, como o papel do Estado ao incluir o fazedor de cultura do Brasil profundo na aplicação de um novo repertório transversal e sustentável. “Estou falando do representante da palhaçaria, do circo de lona e de como ele vai ter acesso a um gerador que não emita CO²”, questionou.

A necessidade da revisão da mensuração dos impactos ambientais, sobretudo em ações culturais, foi um dos aspectos trazidos por Carlota ao debate. “Se a gente não olhar para onde a gente quer chegar, como país, como sociedade, sem levar em consideração essas reflexões, sem levar em consideração as vozes e corpos que são setorizadas, sempre vamos estar atrasados nesse debate”.

Apesar disso, o Brasil tem bons exemplos que podem e devem ser seguidos por outros agentes globais, de acordo com a pesquisadora. “O Brasil, com essa agenda coordenada agora, deve celebrar trabalho da Embrapa, por exemplo, que do ponto de vista da cadeia produtiva é referência. Sebrae trata a economia criativa como portadora de futuro. Isso para citar exemplos de como o Brasil está olhando para o futuro”, conclui.

A italiana Erminia Sciacchitano compartilhou experiências bem sucedidas na União Europeia e reforçou que os avanços transversais à cultura e ao meio ambiente são construções coletivas. “Você não pode alcançar a sustentabilidade sem estar junto. Não se trata de algo que é possível fazer sozinho”.

Gabriela de Toledo, engenheira sanitarista ambiental, é natural de Salvador. E viu na dala de Erminia um gancho para sua atuação profissional, mas também, um forte elo com outra área de interesse. “Eu percebo que as pessoas estão sempre reproduzindo o mesmo modo de viver fazendo pequenas alterações. Técnica é tudo aquilo que faz vir a ser o que não viria a ser naturalmente, então, todo ser vivo faz técnica. E a técnica eurocêntrica, industrial, é danosa à biodiversidade, à vida, ao modo de viver, que é resiliente ao clima”. E completa: “E quais são os modos de viver, humanos, que são favoráveis ao clima? Foi isso que Erminia trouxe em sua fala hoje”.

Aliás, Erminia Sciacchitano participou da primeira Reunião Ministerial da Cultura do G20, realizada em 2021, em Roma. E integra a delegação que, até o final dessa semana, vai elaborar o documento final do Grupo de Trabalho da Cultura no G20. O texto será apresentado durante a Reunião Ministerial desta sexta-feira, dia 8.

O Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero- Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.




Fonte Notícias/imagens: Agência GOV da Empresa Brasil de Comunicação – EBC – Leia Mais

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