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SOLIDARIEDADE

Assembleia Legislativa promove debates e campanhas sobre benefícios da doação de sangue

Foto: Tiago Orihuela

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Por Suellen Gurgel

O Hemoraima é o único centro de captação e transporte de sangue e hemocomponentes do Estado. Apesar de a unidade contar com aproximadamente 70 mil pessoas cadastradas e precisar, em média, de 70 doadores por dia, nem a metade deste número tem sido atingida desde a chegada das festas de fim de ano e férias, muitas das quais se estendem até o carnaval.

 

“Janeiro é um período que não entra na programação dos doadores. Infelizmente, iniciamos o ano pensando nos feriados que se aproximam e contamos com a população para reverter essa situação”, alertou a gerente de Captação do Hemoraima, Juliane Uchôa.

 

As doações baixas preocupam, uma vez que sempre há pessoas que sofrem acidentes ou estão internadas por diferentes doenças e necessitam de transfusão de sangue. Os requisitos para doar são simples, como gozar de uma boa saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 quilos. Além disso, Juliane esclarece que qualquer tipagem sanguínea é bem-vinda.

 

“O principal tipo sanguíneo que precisamos é o O negativo, por ser doador universal, mas é bom destacar a necessidade de todas as tipagens para o abastecimento do nosso estoque. Quem teve covid-19, pode doar 30 dias após a cura, e quem tomou a vacina, deve aguardar um prazo de sete dias. Portanto, basta estar com uma boa saúde, bem alimentando e portar um documento oficial com foto para doar”, disse.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, quando o ideal seria pelo menos o dobro. Significa que os hemocentros do país – as unidades responsáveis pela coleta de sangue e transporte para hospitais e centros de saúde – têm estoques críticos, independentemente da sazonalidade anual.

Incentivo à doação

 

Promover o debate e ações alusivas, assim como conferir benefícios e incentivos aos doadores, é o que a Assembleia Legislativa de Roraima tem feito desde a década de 1990 para aumentar os estoques de sangue do Estado.

 

Em consonância com o “Junho Vermelho”, criado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2015, que alerta sobre os níveis dos bancos de sangue e estimula a solidariedade, a Lei nº 1.361/19, da deputada estadual Yonny Pedroso (SD), incluiu a campanha no calendário eventos do Estado. Já a Lei nº 1.014/15, elaborada pelo parlamentar Jalser Renier (SD) e o ex-deputado Naldo da Loteria, instituiu 14 de junho como o “Dia Estadual do Doador de Sangue”.

 

Para incentivar que os mais jovens doem, a Lei nº 1548/21, de Neto Loureiro (MDB), cria e concede o selo gratuito “Sangue Amigo” às instituições de ensino superior que organizam campanhas de doação anual ou semestralmente, em parceria com o Hemoraima. Ao aderir ao ato solidário, o estudante tem falta abonada no dia.

 

A promoção de políticas públicas que contribuem para a fidelização dos doadores e têm efeitos práticos na vida das pessoas, inclusive no bolso, também foram pautadas. É o caso da Lei nº 167/1997, da ex-deputada Zenilda Maria Portella, que regulamentou a isenção do pagamento de inscrição em concursos públicos estaduais aos doadores.

 

A Lei nº 1.325/19, de autoria de Jalser Renier (SD) e Neto Loureiro (PMB), confere aos doadores regulares o direito ao pagamento de meia entrada (50% do valor do ingresso) em todos os locais públicos de cultura, esporte e lazer, mantidos pelas entidades e órgãos da administração direta e indireta.

De acordo com a Lei nº 169/97, de autoria do ex-deputado Célio Rodrigues Wanderley. Quem doa e é cadastrado no Hemocentro e nos programas sociais da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), pode ter alguns benefícios sociais, a exemplo de cesta básica, 20 vales-transportes e uma passagem em transporte intermunicipal, de ida e volta, no trecho Boa Vista, para a residência do doador e exames ambulatoriais e hospitalares com prioridade no atendimento.

 

Já para assegurar o controle de qualidade do sangue, hemocomponentes e hemoderivados nas unidades de saúde, a Lei nº 273/2000, de autoria da ex-deputada Suzete Mota, preconiza o cumprimento das normas de saúde e sanitárias, tais como a realização dos testes diagnósticos mínimos e a adequada conservação do sangue e hemocomponentes.

 

A norma mais recente aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada em novembro do ano passado, a Lei nº 1571/21, de Tayla Peres (PRTB), obriga estabelecimentos comerciais que ofereçam serviços de tatuagem permanente, piercing ou maquiagem definitiva a afixarem cartazes de que há impedimento de doação de sangue por determinado período (de 6 a 12 meses), conforme estabelece a Portaria do Ministério da Saúde nº 158/2016.

 

Os avisos também devem ficar visíveis ao público nos postos de saúde, hospitais, bancos de sangue, centros de hemoterapia e outros estabelecimentos assemelhados da rede pública ou privada.

Como doar ao Hemoraima?

 

O Hemoraima coleta sangue de segunda a sexta, das 7h30 às 12h e das 13h30 às 18h, na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3418, bairro Aeroporto, Boa Vista. Para estar apto à doação, é necessário seguir os seguintes passos:

 

  • Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam da presença do pai ou da mãe ou responsável legal);
  • Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação de sangue;
  • Caso seja após o almoço, aguardar duas horas;
  • Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas;
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três para as mulheres;
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

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